Gestão financeira em startups: o que é, desafios e dicas para aprimorar

Não há dúvidas de que a gestão financeira em startups é um dos principais pilares de sustentação de negócios inovadores, principalmente considerando seu potencial de crescimento.

Como empreendedor, você precisará de ferramentas avançadas para ajudá-lo a gerenciar recursos, além de conhecimento sobre finanças e parceiros estratégicos.

No ecossistema de startups, é comum que mudanças aconteçam com frequência, devido ao ambiente tipicamente instável da inovação.

Por isso, negócios disruptivos também exigem muito capital até que os primeiros resultados apareçam.

Assim, surge a pergunta: como fazer a gestão financeira nas startups de forma eficiente?

Se você também tem essa dúvida, adiantamos que não existe receita de bolo, mas nos tópicos a seguir, separamos algumas dicas muito importantes.

Continue lendo e confira.

O que é gestão financeira em startups?

A gestão financeira em startups é o ato de administrar ou gerenciar recursos financeiros por meio de um conjunto de processos, métodos e técnicas visando atingir objetivos e metas.

Gerenciar recursos é o mesmo que sistematizá-los de acordo com as boas práticas de gestão, considerando as necessidades de capital de uma startup, que podem ser divididas em:

  1. Necessidade de Capital de Giro: recursos para garantir a estrutura do negócio, como pagamento de funcionários, fornecedores, impostos, aluguel, água, luz, internet, etc.
  2. Necessidades de investimento: recursos aplicados no desenvolvimento do modelo de negócios, como a transformação da ideia em produto/serviço, bem como sua adequação ao mercado (product-market fit).

Considerando as organizações que atuam em mercados consolidados, uma empresa bem administrada financeiramente é uma empresa com indicadores financeiros positivos.

A gestão financeira em startups — negócios inovadores que atuam em ambientes de extrema incerteza —, por outro lado, tem características bem distintas.

Especialmente no estágio inicial, esses negócios queimam muito dinheiro e geralmente precisam de mais de uma rodada de investimento para atingir o ponto de equilíbrio.

Demonstrações de resultados no vermelho, até um determinado momento,   são relativamente comuns e não assustam os investidores, desde que os recursos estejam sendo alocados de forma eficiente e a startup esteja atingindo seus marcos.

Perceba que a gestão financeira em uma startup não se trata apenas de registrar e organizar as finanças conforme determinado pelas boas práticas, também envolve decisões estratégicas, como onde buscar recursos, onde aplicá-los e de que forma.

Imagine, por exemplo, que você precisa de dinheiro para criar um produto e testar suas hipóteses antes de realmente lançá-lo.

Você pode fazer isso considerando empréstimos (capital de terceiros) ou vendendo ações (capital próprio) para investidores.

É uma decisão tomada com base na gestão financeira, considerando o custo de capital, retorno esperado, etc.

O que torna a gestão financeira em startups única

Fazer gestão financeira em startups é muito diferente de cuidar das finanças de uma empresa tradicional.

Para começar, basta pensar no ritmo da maioria dos negócios: a empresa se desenvolve passo a passo, seguindo um plano de negócios e aumentando seus custos na mesma proporção de seus ganhos.

Nas startups, o crescimento é acelerado, o modelo de negócios é escalável e a situação financeira da empresa pode mudar de um momento para o outro — imagine o impacto de receber uma contribuição milionária e continuar com a mesma estrutura, por exemplo.

Além disso, o ambiente de negócios disruptivo é marcado pela incerteza, tornando as projeções financeiras muito mais desafiadoras.

Soma-se a isso o fato de que a maioria dos gestores de startups não tem tempo para se dedicar à burocracia contábil e financeira, pois  estão mais preocupados em desenvolver sua solução do que cuidar de planilhas, boletos e impostos.

É preciso ficar atento porque os números e as contas do negócio são a base do crescimento — e isso vale também para as startups.

Por que a gestão financeira em startups é fundamental

A gestão financeira nas startups é o que garante que a empresa terá caixa para se manter e indicadores atrativos para os investidores, além de manter um crescimento sustentável, mesmo em alta velocidade.

Sem o devido controle das finanças, o cenário pode ser o oposto: resultados negativos, endividamento e falta de perspectiva.

Segundo estudo da consultoria PwC Brasil, publicado na Folha de S. Paulo, nove em cada dez startups acabam falindo no Brasil.

O relatório aponta que a falta de dinheiro é o segundo principal motivo do insucesso empresarial, após a falta de compatibilidade entre a solução oferecida e o real problema do público-alvo.

Nesse caso, os problemas financeiros incluem a dificuldade de atrair investimentos e também a falta de planejamento para utilizar os recursos da forma correta.

O número é consistente com a taxa de falhas do The Ultimate Startup Failure Report, publicado pela Failory: 90% das startups globais falham, e os principais motivos listados são default, precificação incorreta e planejamento ruim.

Ou seja: a gestão financeira nas startups é uma das áreas mais críticas — e qualquer erro pode custar a sobrevivência da empresa.

5 desafios da gestão financeira em startups

Mesmo sem a menor familiaridade com a gestão financeira em startups, você precisa garantir que seu negócio tenha uma base sólida para crescer de forma sustentável. 

Confira os principais desafios das finanças em empresas inovadoras.

1. Acompanhar o fluxo de caixa

O desafio da gestão financeira em startups já começa no caixa inicial modesto em comparação com as ambições do negócio.

No início, os recursos são sempre limitados, e o fluxo de caixa deve ser acompanhado de perto, para garantir que as receitas cubram os custos e despesas.

Ou seja: cada entrada e saída deve estar sob controle, não apenas no registro diário, mas também nas projeções para os meses seguintes.

2. Dispor de capital de giro suficiente

Para evitar o saldo negativo, também é indispensável contar com um capital de giro suficiente para sustentar o ciclo financeiro do negócio — ou seja, uma reserva de recursos em caixa que garanta a operação da sua startup.

Quanto mais longos forem os prazos de recebimento, maior terá que ser o seu capital disponível para manter a empresa.

3. Ter um bom plano de contas

O controle das contas a pagar e a receber é outro ponto essencial da gestão financeira em startups.

Ao alinhar os prazos de pagamento e recebimento, você garante que todas as obrigações serão cumpridas e evita o endividamento ou a necessidade de tomar crédito.

Como sabemos, é fácil se perder com os vencimentos, e a falta de controle pode até gerar prejuízos com inadimplência de clientes.

4. Contabilizar custos e formar preços

A contabilidade de custos também costuma ser um gargalo na gestão financeira das startups, pois o ambiente de rápidas mudanças dificulta o levantamento preciso dos gastos fixos e variáveis.

Além disso, é preciso ter os custos da empresa muito claros para precificar corretamente o produto ou serviço oferecido, mesmo que o intuito não seja o lucro imediato.

Lembre-se: ignorar os custos do negócio e formar preços com base somente no mercado e expectativas do consumidor é um erro fatal, pois a empresa precisa se sustentar para avançar no crescimento exponencial.

5. Monitorar indicadores e relatórios financeiros

Por fim, a análise da evolução do negócio por meio de relatórios e indicadores de desempenho é um dos pontos mais importantes na gestão financeira em startups — e também o que interessa aos investidores. 

Por isso, é preciso dar atenção especial aos demonstrativos como DRE (Demonstrativo do Resultado do Exercício) e balanço patrimonial, além de acompanhar Indicadores Chaves de Performance , financeiros e  estratégicos, como a lucratividade, rentabilidade, margem EBITDA do negócio, dentre outros.

Na linguagem do mercado financeiro, esses são os indicadores que vão determinar a atratividade da sua startup ou scale-up para o investidor, funcionando como um diagnóstico do seu potencial de crescimento.

Como melhorar a gestão financeira de uma startup?

Para melhorar a gestão financeira de uma startup, você precisará de pessoas, tecnologia e processos.

Algumas dicas nesse sentido são:

Automatize as rotinas

No âmbito operacional, há muitas ferramentas de gestão que automatizam diversos processos dentro do departamento financeiro. 

Além de evitar perda de tempo com rotinas repetitivas, a automatização reduz os índices de erros e aumenta exponencialmente a produtividade.

Um ERP (Enterprise Resource Planning) é um exemplo de ferramenta que pode integrar as funções de rotina de sua empresa tanto interna quanto externamente.

Adote o Business Intelligence

As ferramentas de Business Intelligence também são ótimas aliadas da melhoria da gestão financeira de uma startup.

Se estruturadas do jeito certo, transformam um amontoado de dados desconexos e sem sentido em relatórios intuitivos, ilustrados e de fácil compreensão.

Dependendo da forma como é estruturado, o Business Intelligence pode ser atualizado em tempo real, dando ao gestor embasamento sólido para tomar decisões.

Considere o BPO financeiro

Tendência no mundo corporativo, o Business Process Outsourcing (BPO) também pode ser aplicado à gestão financeira, principalmente se sua startup estiver nas fases iniciais.

Ao terceirizar as rotinas a uma empresa especializada, você ganha um aliado importante na profissionalização do departamento financeiro, além de mais tempo para focar no que realmente importa.

Ao colocar em prática dicas como essas, você certamente conseguirá construir bases sólidas da gestão financeira a partir de premissas, como:

1. Planejamento das metas a serem alcançadas, considerando cenários otimista, realista e pessimista

2. Controle, por meio de sistemas de gestão, de toda a movimentação financeira que ocorre na empresa

3. Análise, com base nos registros de controle, da alocação dos recursos e seus efeitos

4. Investimento dos recursos do jeito certo, de modo a alcançar o melhor ROI para os sócios-investidores.

Quais as vantagens de um bom sistema de gestão financeira para startups?

Um bom sistema de gestão financeira moderno, como um ERP, ajuda muito no dia a dia de negócios em crescimento exponencial, como as startups.

Com a transformação digital, é possível encontrar softwares cloud computing que dispensam instalação e funcionam a partir de qualquer dispositivo conectado à internet.

Suas principais vantagens são:

  • Segurança: dados criptografados conforme determinações da LGPD
  • Integração: dependendo da ferramenta, é possível conectá-la ao sistema da contabilidade e otimizar ainda mais o fluxo de processos
  • Personalização: muitos sistemas de gestão financeira funcionam em módulos, o que permite a configuração conforme as necessidades de cada usuário
  • Insights valiosos à tomada de decisões, baseada em análise de dados e processamento automatizado.

Quais os limites do sistema de gestão financeira para startups?

Mais do que registrar e organizar o fluxo de recursos dentro de uma organização, vimos que a gestão financeira envolve decisões que devem ser tomadas a partir de uma visão macro sobre o futuro.

Assim, por mais eficiente e sofisticado que seja um sistema de gestão financeira, seu trabalho se restringirá às funções para as quais foi parametrizado.

Portanto, o planejamento, com controle e análise de investimento, é algo que você precisará fazer.

Deixe sua gestão financeira com quem entende de startups

Se você não tem tempo e disposição para cuidar de todos esses trâmites, a solução é deixar sua gestão financeira na mão de profissionais que realmente entendem de startups. 

Afinal, não adianta contratar uma assessoria que só faz o básico e não consegue acompanhar o ritmo da sua empresa, falar a mesma língua ou usar as mesmas tecnologias. 

Experiência de Executivos, Profissionais de Finanças,  Consultoria Auditoria com larga atuação no mercado você encontra na Coimbra Partners. Quer saber mais? Entre em contato conosco.

Fonte: comececompedireito


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